No dia 26 de abril, o Clube de Xadrez Scacorum Ludus foi o único representante da Universidade Federal de Sergipe, no evento da Ação Global do SESI. O fato de ser o único não nos vangloria, mas nos faz refletir sobre a presença do xadrez em eventos vindouros dessa natureza. Essa reflexão resvala em dois momentos cruciais e que são importantes para uma reflexão dos atores multiplicadores do xadrez, ou seja, os professores. A primeira reflexão ocorre a priori a partir da organização da ação. Ou seja, o que podemos fazer para que o xadrez não passe despercebido em um evento em que há tantíssimas atividades por demais populares e quase exclusivamente assistencialistas? O que quero dizer é que tínhamos, mais ou menos, o perfil do público do Ação Global por acompanhar como expectadores ou consumidores da comunicação de massa (televisão): pessoas do povo, geralmente àquelas circundantes do local em que ocorre o evento, outras tantas de bairros vizinhos (e não tão vizinhos assim) e até de outras cidades que vêem como uma possibilidade de resolver seus diversos problemas de forma mais direta, rápida e eficiente: providenciar documentos, fazer determinados tipos de exame e outras providências. Então, a partir daí, já se sustenta que temos um público usuário altamente dependente de recursos mínimos de cidadania ou de um mínimo de viver com ética e decência. Esse é o público adulto. Por outro lado, há uma outra parcela de atividades desse grande evento que dá sustentação, pelo menos com um dia de diversão, para um público que necessita de um outro tipo de providência ou solução, mas que faz a diferença (e muito) quando ficarem adultos. Essas atividades tentam ocupar o ócio, o tempo livre, o não ter o que fazer cotidiano que deveria ser ocupado diariamente, dia e noite, mas que não ocorre. Esse tempo, infelizmente, é ocupado com outros pensamentos, nem sempre ingênuos, mas brutalizados. Esse é o público infantil e jovem. Para esse público, tentamos fazer algo diferente, uma vez que soubemos que o xadrez ficaria numa sala de aula climatizada e não exposto ao ar livre, num toldo. O espaço em si mereceria, pelo menos, uma exclamação pelo reconhecimento da organização ao milenar jogo de xadrez. Aliás, a proposta inicial era o de realizar mini oficinas e mini torneios, além de uma amostra visual do xadrez no mundo através de cartazes, assim como o de uma exposição bibliográfica sobre o jogo: revistas e livros. De maneira mais detalhada, tínhamos uma sala refrigerada, dez mesas com jogos de peças e relógios, revistas de xadrez “Jaque”, um exemplar do livro ”O Jogo Imortal” de Shenk; “Xadrez para crianças”, de Girona; Revista “Ajedrez Terapeutico”, do Club de Ajedrez Magic e 20 imagens tamanho A3 sobre temas variados, espalhados e fixados, estrategicamente, na sala. Esse foi o cenário para o momento de lazer que tínhamos com os nossos quase 70 frequentadores! Exatamente, quase uma centena compareceu para conhecer o xadrez e sua mecânica. Somente uns poucos se habilitavam em jogar uma partida de xadrez de forma completa, com noções de xeque-mate. A maioria absoluta era de jovens, meninos e meninas, que aprendiam mover as peças ou, quando não, rearrumavam as peças e jogavam as damas. Entretanto, não me animo a afirmar que por conta do público frequentador estava contente e não tinha nada a reclamar do suposto sucesso de público. Pés no chão e vamos analisar o seguinte: foi cumprida as mini-oficinas, porém não foi possível realizar mini-torneios porque a visitação não durava mais que 30 hora, face a outras coisas também interessantes que precisavam ser vistas e sentidas, tínhamos como vizinhos o grupo de teatro “Mafuá”, o pessoal da Biblioteca Pública, na área aberta tinha vários brinquedos de parque, e tinha também pipoca, picolé, sorvete, tudo de graça. Porém o quem mais chamou atenção foi que nenhum dos frequentadores chegou a vislumbrar, por curiosidade apenas, os 20 cartazes sobre imagens várias do xadrez no mundo e nenhuma das revistas e livros foram folheados. Aí, para concluir, preocupou-me profundamente que não é só aprender a mover as peças do jogo que se faz o enxadrista, talvez o jogador de xadrez, mas é necessário que todas (ou quase) as dimensões do xadrez e sua expressividade sejam conhecidas, pelo menos dadas a conhecer. O xadrez tem uma vasta cultura e permeia diversas áreas do conhecimento e das artes, então não esqueçamos que em Sergipe ocorre projetos como o “Mais Educação”, nele há xadrez; que em Sergipe há “Praças da Juventude”, “Praças do Esportes”, nelas há espaços para o xadrez. Assim, são espaços de presença de um grande público jovem que precisa de atenção e que, constantemente, nos chamam à atenção. Gostaria, sim, de estar de novo no Ação Global 2015, mas num contexto de mudança e não de permanência. Nesse, há muitos.
No dia 26 de abril, o Clube de Xadrez Scacorum Ludus foi o único representante da Universidade Federal de Sergipe, no evento da Ação Global do SESI. O fato de ser o único não nos vangloria, mas nos faz refletir sobre a presença do xadrez em eventos vindouros dessa natureza. Essa reflexão resvala em dois momentos cruciais e que são importantes para uma reflexão dos atores multiplicadores do xadrez, ou seja, os professores. A primeira reflexão ocorre a priori a partir da organização da ação. Ou seja, o que podemos fazer para que o xadrez não passe despercebido em um evento em que há tantíssimas atividades por demais populares e quase exclusivamente assistencialistas? O que quero dizer é que tínhamos, mais ou menos, o perfil do público do Ação Global por acompanhar como expectadores ou consumidores da comunicação de massa (televisão): pessoas do povo, geralmente àquelas circundantes do local em que ocorre o evento, outras tantas de bairros vizinhos (e não tão vizinhos assim) e até de outras cidades que vêem como uma possibilidade de resolver seus diversos problemas de forma mais direta, rápida e eficiente: providenciar documentos, fazer determinados tipos de exame e outras providências. Então, a partir daí, já se sustenta que temos um público usuário altamente dependente de recursos mínimos de cidadania ou de um mínimo de viver com ética e decência. Esse é o público adulto. Por outro lado, há uma outra parcela de atividades desse grande evento que dá sustentação, pelo menos com um dia de diversão, para um público que necessita de um outro tipo de providência ou solução, mas que faz a diferença (e muito) quando ficarem adultos. Essas atividades tentam ocupar o ócio, o tempo livre, o não ter o que fazer cotidiano que deveria ser ocupado diariamente, dia e noite, mas que não ocorre. Esse tempo, infelizmente, é ocupado com outros pensamentos, nem sempre ingênuos, mas brutalizados. Esse é o público infantil e jovem. Para esse público, tentamos fazer algo diferente, uma vez que soubemos que o xadrez ficaria numa sala de aula climatizada e não exposto ao ar livre, num toldo. O espaço em si mereceria, pelo menos, uma exclamação pelo reconhecimento da organização ao milenar jogo de xadrez. Aliás, a proposta inicial era o de realizar mini oficinas e mini torneios, além de uma amostra visual do xadrez no mundo através de cartazes, assim como o de uma exposição bibliográfica sobre o jogo: revistas e livros. De maneira mais detalhada, tínhamos uma sala refrigerada, dez mesas com jogos de peças e relógios, revistas de xadrez “Jaque”, um exemplar do livro ”O Jogo Imortal” de Shenk; “Xadrez para crianças”, de Girona; Revista “Ajedrez Terapeutico”, do Club de Ajedrez Magic e 20 imagens tamanho A3 sobre temas variados, espalhados e fixados, estrategicamente, na sala. Esse foi o cenário para o momento de lazer que tínhamos com os nossos quase 70 frequentadores! Exatamente, quase uma centena compareceu para conhecer o xadrez e sua mecânica. Somente uns poucos se habilitavam em jogar uma partida de xadrez de forma completa, com noções de xeque-mate. A maioria absoluta era de jovens, meninos e meninas, que aprendiam mover as peças ou, quando não, rearrumavam as peças e jogavam as damas. Entretanto, não me animo a afirmar que por conta do público frequentador estava contente e não tinha nada a reclamar do suposto sucesso de público. Pés no chão e vamos analisar o seguinte: foi cumprida as mini-oficinas, porém não foi possível realizar mini-torneios porque a visitação não durava mais que 30 hora, face a outras coisas também interessantes que precisavam ser vistas e sentidas, tínhamos como vizinhos o grupo de teatro “Mafuá”, o pessoal da Biblioteca Pública, na área aberta tinha vários brinquedos de parque, e tinha também pipoca, picolé, sorvete, tudo de graça. Porém o quem mais chamou atenção foi que nenhum dos frequentadores chegou a vislumbrar, por curiosidade apenas, os 20 cartazes sobre imagens várias do xadrez no mundo e nenhuma das revistas e livros foram folheados. Aí, para concluir, preocupou-me profundamente que não é só aprender a mover as peças do jogo que se faz o enxadrista, talvez o jogador de xadrez, mas é necessário que todas (ou quase) as dimensões do xadrez e sua expressividade sejam conhecidas, pelo menos dadas a conhecer. O xadrez tem uma vasta cultura e permeia diversas áreas do conhecimento e das artes, então não esqueçamos que em Sergipe ocorre projetos como o “Mais Educação”, nele há xadrez; que em Sergipe há “Praças da Juventude”, “Praças do Esportes”, nelas há espaços para o xadrez. Assim, são espaços de presença de um grande público jovem que precisa de atenção e que, constantemente, nos chamam à atenção. Gostaria, sim, de estar de novo no Ação Global 2015, mas num contexto de mudança e não de permanência. Nesse, há muitos.