Caríssimos Leitores e scacorianos,
Bem, de vez em quando, quando dá na telha resolvo
traduzir algumas notícias e artigos que acho interessante e que é de interesse
público ou porque me interessa mesmo. Tentarei ser o mais regular possível,
pois isso é o que mantém um blog visitável e espero contar, na medida do
(im)possível com o apoio do leitor com suas sugestões. A primeira tradução foi
a postagem anterior sobre as prentensões de Garry Kasparov às eleições da FIDE.
Kasparov é símbolo de um ativismo político de seu país Rússia e está na mídia
internacional, então não é justo omitir-se ou calar-se de tamanha evidência
midiática. É merecedor de um olhar atento às suas atitudes. Será que ele é o
cara que "quero" na FIDE?
No próximo artigo abaixo, tratei de traduzir do site www.chesscafe.com, coluna do árbitro chefe holandês, Geurt Gijsen, dos encontros de Karpov e Kasparov, o último ocorrido em 2009, em Valencia/Espanha, e conhecido como o árbitro mais popular do mundo. Neste artigo traduzido, pretendo que as palavras do Geurt cheguem a nós leitores de língua portuguesa, até antecipando comentários "mais profissionais" em outros espaços digitais, e possamos nos deleitar nas minúcias das leis de nosso esporte.
Boa leitura a todos
Revisão nas Leis de Xadrez - julho 2014
As últimas revisões das Leis deveriam ter, de fato,
entrado em vigor em 1 de julho de 2013. A revisão foi discutida durante o
Congresso da FIDE realizada em Istambul, em setembro de 2012. No entanto,
alguns membros do Conselho Presidencial (CP) da FIDE tiveram problemas com
algumas das propostas feitas pela Comissão de Regras e Regulamentação de
Torneios (CRRT). Várias reuniões foram organizadas e, finalmente, em agosto de
2013, durante a reunião no Torneio da Copa do Mundo em Tromso (Noruega), um
acordo entre as delegações da CP e do CRRT foi mantido. O CRRT concordou em uma
reunião em Tallinn, durante o Conselho Executivo (CE), um acordo com as
propostas de Tromso, o CE seguiu e aprovou o projeto final das Leis do Xadrez.
Posso imaginar que algumas pessoas consideram as
leis aprovadas muito radicais em alguns pontos, possivelmente até mesmo
draconianas, mas em certos casos estas mudanças radicais são necessárias, tendo
em conta as ocasiões frequentes de fraude que ocorreram recentemente. Vou
discutir as mudanças mais importantes nesta coluna.
Artigo
3.10c: Uma posição é ilegal quando não pode ser alcançada mediante qualquer
série de lances legais.
Alguns exemplos:
1. As Brancas têm ainda todos os seus peões, mas há
dois bispos brancos sobre os quadrados pretos. Provavelmente, a posição inicial
estava errada ou um bispo foi deslocado de sua posição original.
2. Há peões brancos em a2 e c2 e um bispo branco em
b1.
3. Ambos os reis estão em xeque, mesmo atacando uns
aos outros.
4. Há um peão branco no oitavo posto.
Aparentemente, o peão não foi substituído por uma peça da mesma cor.
Artigo
4.6: O ato de promoção pode ser executado de várias formas:
(1)
o peão não precisa ser levado para a casa de chegada;
(2)
retirando o peão e colocando a nova peça na casa de chegada que pode ocorrer em
qualquer ordem. Se a peça do oponente encontra-se na casa de chegada, ela deve
ser capturada.
Este artigo deixa claro que a promoção do peão é
legal removendo primeiro o peão do tabuleiro e colocando a nova peça na casa de
chegada. Espero sinceramente que a partir de 1 julho de 2014, e, melhor ainda,
a partir de agora, nenhum árbitro venha considerar ilegal ou declarar a partida
perdida para o jogador que colocar a nova peça no tabuleiro primeiro.
Artigo
6.2: a. Durante a partida cada jogador, tendo
feito seu lance no tabuleiro, deverá parar seu próprio relógio e acionar o
relógio de seu oponente (isto significa dizer que ele deve acionar seu
relógio). Isto 'completa' o lance. Um lance está também completo se:
(1) o
lance termina a partida (veja Artigos 5.1.a, 5.2.a, 5.2.b, 5.2.c e 9.6). (2) o
jogador efetuou seu próximo lance, caso seu lance prévio não tenha sido completado.
Deve ser
permitido a um jogador acionar seu relógio após fazer o seu lance mesmo depois
que o seu oponente tiver feito o próximo lance.
O tempo
decorrido entre fazer o lance no tabuleiro e acionar o relógio, é considerado
como parte do tempo atribuído ao jogador.
A definição de movimento completado foi ampliada. A
seguinte situação pode ocorrer:
O jogador faz o seu movimento, mas antes que ele
possa pressionar seu relógio, o adversário faz um movimento. Agora, há duas
possibilidades:
1. O jogador ainda pressiona o relógio e completa o
seu movimento em seguida.
2. O jogador não pressione seu relógio, mas faz o
seu próximo movimento. Nesta situação, o primeiro movimento do jogador é
considerado para ser concluído.
Artigo
7.1: Se uma irregularidade ocorre e as peças têm de ser recolocadas em posição
prévia, o árbitro deverá usar o seu melhor discernimento para determinar os
tempos a serem disponibilizados no relógio de xadrez. Isto inclui o direito de
não mudar os tempos dos relógios. Se necessário, o árbitro deverá ajustar o
contador do número de lances.
Pode acontecer que no final de um período é
descoberto muitos movimentos e, provavelmente, também várias horas antes de uma
irregularidade. Ajustar os horários do relógio pode causar alguns problemas, no
caso de os relógios terem que ser ajustados aos tempos mostrados nos relógios
quando a irregularidade ocorreu.
Artigo
7.5a (segunda parte):a. Se o jogador moveu um peão para a mais distante
fileira, acionou o relógio, mas não substituiu o peão pela nova peça, o lance é
ilegal. O peão deverá ser substituído por uma dama de mesma cor do peão.
Eu entendo que as pessoas têm a opinião de que esta
é uma lei muito estranha. Deixe-me tentar explicar a razão por trás disso.
Consultemos a seguinte posição.
As Brancas tem o movimento nesta posição e elas
podem capturar em b8. Elas também estão em apuros de tempo e não são capazes de
calcular qual peça elas vão escolher. O que elas fazem? Elas pressionam o
relógio e a posição vai ficar desta forma. O árbitro tem que parar o relógio,
ele tem que dar ao adversário dois minutos extras e durante todo esse tempo de
intervenção do árbitro o jogador tem a oportunidade pensar. Você viu a melhor
jogada? É um cxb8=C! e ganham as Brancas.
Artigo
7.5: b. Após a adoção das ações descritas no Artigo 7.5.a, para o primeiro
lance ilegal completado por um jogador o árbitro deverá dar dois minutos extras
ao seu oponente; para o segundo lance ilegal completado pelo mesmo jogador, o
árbitro deverá declarar a partida perdida para este jogador. Entretanto, a
partida está empatada, quando se alcança uma posição em que o oponente não pode
dar xeque-mate no rei do adversário por qualquer série de lances legais
possíveis.
Nas Leis reais de Xadrez, válidas até 1 de Julho de
2014, era mencionado que o terceiro lance ilegal efetuado pelo mesmo jogador no
mesmo jogo resulta numa perda do jogo. Foi alterado: o segundo movimento ilegal
é agora determinante para o jogador.
Artigo
9.5: Se o jogador reclama um empate, com base nos Artigos 9.2 e 9.3, ele ou o
árbitro pode parar o relógio. (Veja Artigo 6.12.b)
Este artigo foi alterado várias vezes durante as
últimas décadas. Por muitos anos, o jogador que reivindica deveria parar os
relógios, e, em seguida, isso foi mudado para que o jogador pudesse parar os
relógios, e, finalmente, de 1 de julho de 2014, o jogador ou o árbitro deverá
parar os relógios. Aconteceu mais de uma vez em que um árbitro se recusava a
investigar a veracidade de uma alegação de que o jogador não tinha parado os
relógios, mesmo no período em que o jogador podia parar os relógios. O CRRT
espera que com a mudança entrar em vigor 1 de julho de 2014, o árbitro deverá
parar os relógios no caso de o jogador se esqueça.
Artigo
9.6 (novo): Se ocorrer uma ou ambas das hipóteses abaixo, então a partida está
empatada:
a. a
mesma posição apareceu, conforme em 9.2b, pelo menos por cinco lances
consecutivos ou alternados por cada jogador;
b. tenham
sido completados 75 lances por cada jogador sem movimento de qualquer peão e
sem qualquer captura.
Para evitar todos os mal-entendidos, as regras a
respeito das reivindicações de empate com base na tripla repetição da posição e
da regra de cinquenta movimento ainda são válidas. Não há mudanças em tudo.
Novo é que, se pelo menos cinco movimentos alternados consecutivos por cada
jogador ter aparecido, a partida está empatada.
O mesmo acontece com setenta e cinco movimentos,
sem qualquer captura ou movimento de peão. Se o árbitro ou qualquer jogador
percebe esse fato, o jogo termina e o jogo está empatado. Em ambas as situações
a reivindicação não é necessária.
O antigo artigo 10 Final rápido
Ele foi removido das regras de Competição e está em
um anexo nas novas Leis.
O artigo
11.3: b) Durante a partida, é proibido ao jogador portar celular e/ou outro
meio eletrônico de comunicação no ambiente de jogo. Se for evidente que o
jogador trouxe tais equipamentos eletrônicos para o ambiente de jogo, deverá
perder a partida. O oponente deverá vencer. As regras de competição podem
especificar penalidade diferente, menos severa. O árbitro pode solicitar ao
jogador que permita a revista de suas roupas, bolsas ou outros itens pessoais a
serem inspecionados, em revista privada. O árbitro ou pessoa - do mesmo gênero
do jogador - autorizada pelo árbitro, deverá revistar o jogador. O jogador que
se recusar a cooperar com estas obrigações, o árbitro poderá tomar
medidas de acordo com o disposto no Artigo 12.9.
Primeiro parágrafo
É claro que as regras previstas no presente artigo
são mais rigorosas. Tudo começou há alguns anos atrás quando um celular tocou e
resultou em uma derrota para o jogador, que era o proprietário de tal
dispositivo. A situação de primeiro de julho de 2014 é que ele é proibido de
trazê-lo para o local de jogo e não apenas celulares são proibidos, mas todos
os meios de comunicação eletrônica.
Estas medidas são necessárias por causa do avanço
da tecnologia, especialmente no xadrez profissional.
Outra mudança neste ponto é que um jogador faltoso
deve perder o jogo, mesmo nos casos em que o adversário tenha um rei nu e,
portanto, não pode vencer a partida por qualquer série de lances legais. A
razão para esta mudança é óbvia: como podemos ter certeza de que o jogador não
usou o seu celular antes de ser descoberto?
Segundo parágrafo
As Leis do Xadrez estão escritas para jogos
disputados em todos os níveis: para os jogos disputados em uma competição de
clubes ou em um campeonato mundial. No entanto, a fraude deve ser combatida em
todos os níveis.
No xadrez de clube é muito difícil para os
jogadores deixarem seus celulares em casa. Muitos vão direto de seus trabalhos para
o clube de xadrez ou tem que ser usado por diversas razões, por exemplo, os
médicos. Uma possibilidade para esses jogadores é entregar os seus celulares ao
árbitro ou deixá-los em alguma área designada.
Disseram-me que em uma competição por equipes em um
clube belga os capitães das equipes recolheram os celulares desligados. Mas é
importante que esteja prevista nas Leis do Xadrez uma penalidade menos severa
seja impostas. Eu sei de um organizador de um torneio amador que impõe uma
multa de dez euros para um celular tocando.
Terceiro parágrafo
É claro que o último parágrafo deve ser aplicado em
eventos de elite. Eu acho que a maioria dos árbitros preferem deixar que os
jogadores façam a verificação, como mencionado na primeira frase, para
certificar o pessoal de segurança. Eu gostaria de enfatizar que, no último
parágrafo, em vários lugares está escrito "pode".
Artigo
11.9: O jogador deve ter o direito de solicitar ao árbitro explanação sobre
pontos específicos da Lei do Xadrez.
Na minha opinião este artigo é claro, e os
comentários não são necessárias.
Artigo
11.10: Exceto se as regras de competição especifiquem de outra forma, um
jogador pode apelar de qualquer decisão do árbitro, mesmo que ele tenha
assinado a planilha (veja Artigo 8.7).
As palavras “mesmo que o jogador tenha assinado a
súmula" são adicionadas. Isso garante a um jogador o direito de apelar,
mesmo quando ele tenha assinado as planilhas.
Artigo
12.2: O árbitro deverá:
a) assegurar 'fair play';
b) atuar
no melhor interesse da competição;
c)
assegurar que está sendo mantido um bom ambiente de jogo;
d)
assegurar que os jogadores não sejam perturbados;
e)
supervisionar o bom andamento da competição;
f) adotar medidas especiais no que diz respeito aos
jogadores deficientes e aqueles que necessitem de cuidados médicos.
Os itens em negrito são novos. Na minha
opinião, eles não precisam de uma explicação.
Apêndice A. Xadrez Rápido
A.1: A partida de 'Xadrez Rápido' é aquela em
todos os lances devem ser feitos em um tempo fixo de mais de 10 minutos, mas
inferior a 60 minutos para cada jogador; ou o tempo principal + 60 vezes
qualquer incremento é de mais de 10 minutos, mas inferior a 60 minutos para
cada jogador.
A definição de Xadrez Rápido foi alterada. Em vez
de, pelo menos, 15 minutos e inferior a 60 minutos, ela será mais do que 10
minutos e inferior a 60 minutos.
A.2: Os
jogadores não precisam anotar os movimentos.
Sem alterações.
A.3
As Regras de Competição aplicam-se se:
a. um
árbitro supervisione no máximo 3 partidas;
b. cada
partida é anotada pelo árbitro ou seu assistente, e/ou por meios eletrônicos.
A.3b foi alterado. O jogo deve ser registrado pelo
árbitro ou o assistente. Se possível, também por meio eletrônico, por exemplo,
um tabuleiro eletrônico ou uma câmera de vídeo.
Se os requisitos acima mencionados são cumpridos,
as Regras de Competicação (artigo 6 º - 12) se aplicam. Se não, o artigo A4 é
aplicado.
A.4
Caso contrário, aplica-se o que segue:
a.
Da posição inicial, uma vez completados 10 lances por ambos jogadores:
(1)
nenhuma mudança pode ser feita na configuração dos relógios, a menos que a
programação do evento seja afetada desfavoravelmente;
(2)
nenhuma reclamação pode ser feita relativamente à colocação incorreta das
peças, posicionamento do tabuleiro. No caso de colocação incorreta do rei, não
é permitido o roque. No caso de incorreta colocação de torre, não é permitido
rocar com esta torre.
Isso foi escrito antes que as posições no tabuleiro
e as definições do relógio não pudessem ser alteradas depois de três
movimentos. A partir de 1 de julho de 2014 será depois de dez movimentos. E,
mesmo depois de dez movimentos em alguns casos, o ajuste do relógio pode ser
feito. Um exemplo extremo: ao invés de cinco minutos, mais um incremento de
seis segundos por movimento, alguém marca no relógio cinco horas e seis
minutos. Depois, há uma razão muito boa para mudar o ajuste do relógio.
b. Um
lance ilegal está completo assim que o jogador acione seu relógio. Se o árbitro
observa o fato deverá declarar a partida perdida para o jogador, desde que o
oponente não tenha feito seu próximo lance. Se o árbitro não intervier, o
oponente desde que não tenha feito o próximo lance pode reclamar a vitória.
Entretanto, a partida está empatada, quando se alcança uma posição em que o
oponente não pode dar xeque-mate no rei do adversário por qualquer série de
lances legais possíveis. Se o oponente não reclamar e o árbitro não intervier,
o lance ilegal permanece e a partida deverá continuar. Uma vez que o oponente
efetuou seu próximo lance, um lance ilegal não poderá ser corrigido a
menos que haja acordo entre os dois jogadores sem intervenção de um árbitro.
O conteúdo do artigo 4.b é uma das grandes mudanças
a partir de 1 julho de 2014. Até 1 de julho de 2014, o árbitro não poderá
indicar um movimento ilegal. A partir de 1 de julho de 2014, ele deverá indicar
o movimento ilegal e até mesmo declarar a partida perdida para este
jogador, desde que o adversário não faça sua próxima jogada e o adversário
tenha ainda a possibilidade de xeque-mate no rei do jogador. As outras partes
do presente artigo não foram alteradas.
c. Para
reclamar uma vitória por tempo, o requerente deve pausar o relógio de xadrez e
avisar o árbitro. Para a reclamação ser bem sucedida, o reclamante deve ter
tempo restante em seu relógio após o relógio de xadrez ter sido pausado.
Entretanto, a partida está empatada se o oponente não pode dar xeque-mate
no rei por qualquer série de lances legais possíveis.
Nenhuma mudança.
A.4d. Se
o árbitro observar que ambos os reis estão em xeque, ou um peão permanece na
casa de promoção, deverá aguardar até que o próximo lance seja completado.
Então, se a posição ilegal ainda estiver no tabuleiro, ele deverá declarar a
partida empatada.
Procedimento:
- O árbitro observa que ambos os reis estão em xeque ou um peão na última posição.
- Ele espera para ver se o oponente afirma que o jogador completou um lance ilegal.
- Se o adversário afirma, em seguida, o árbitro declara a partida perdida para o jogador.
- Se o adversário não tem a pretensão, mas termina a sua jogada, o árbitro deverá declarar a partida empatada.
A.5
As regras da competição deverão especificar qual dos Artigos, A3 ou A.4
aplica-se para todo o evento.
Apêndice B. Jogo Blitz
B.1: A partida de 'relâmpago' é aquela em que
todos os lances devem ser feitos num tempo fixo de 10 minutos ou menos para
cada jogador; ou o tempo principal + 60 vezes qualquer incremento é de 10
minutos ou menos.
Um exemplo: um jogo com um tempo fixo de cinco
minutos e um incremento de cinco segundo é um jogo de Blitz.
B.2: As
penalidades mencionadas nos Artigos 7 e 9 das Regras de competição devem ser um
minuto ao invés de dois minutos.
Um controle de tempo bastante normal para um jogo
blitz é de três minutos, mais um incremento de dois segundos por jogada. Se,
por um lance ilegal, o oponente recebia dois minutos extras, esse tempo
adicional é desproporcionado.
B.3: As
Regras de Competição aplicam-se se:
a. um
árbitro supervisiona uma partida,
b. cada
partida é gravada pelo árbitro ou seu assistente, e/ou por meios eletrônicos.
Exatamente como nos jogos rápidos, o jogo deve ser registrado
e, se possível, também por meios eletrônicos.
B.4: Caso
contrário, aplica-se o disposto nas Leis de Rápido conforme previsto no
Apêndice A4.
Isso significa que, para jogos Rápidos e Blitz nós
temos as mesmas regras a partir de 1 de julho de 2014!
B.5: As
regras da competição deverão especificar qual dos Artigos, B3 ou B.4 aplica-se
para todo o evento.
Apêndice
G. Final Acelerado
Algumas observações preliminares:
- Os artigos G1 e G5 correspondem (com algumas alterações) ao antigo Artigo 10 do Final Acelerado das Leis do Xadrez.
- Artigo G6 é o antigo Anexo D do final acelerado sem árbitro presente durante a partida.
G.1
O ‘final acelerado’ é a fase do jogo em que todos os lances restantes devem ser
completados num determinado limite de tempo.
G.2
Antes do início de um evento deverá ser anunciado se o Apêndice deverá ser
aplicado ou não.
Desde 1 de julho de 2014 cada organizador tem a
opção de aplicar o Apêndice G ou não. Se ele será aplicado ou não precisará ser
anunciado com antecedência.
G.3
Este Apêndice somente deverá aplicar-se a xadrez STD e RPD sem incremento e não
para partidas de BLZ.
Sem alterações.
G.4
Se o jogador, com a vez de jogar, tiver menos de dois minutos em seu relógio,
pode reivindicar que o jogo continue usando o modo 'time delay' ou 'incremento
por lance' de 5 segundos extras seja introduzido para ambos os jogadores, se
possível. Os relógios serão então ajustados com o tempo extra; o oponente será
contemplado com 2 (dois) minutos de tempo extra.
Este é um novo artigo, que pode ser aplicado.
G5.
Se o Artigo G4 não for aplicável e o jogador tiver menos de dois minutos em seu
relógio, pode reivindicar um empate antes da queda de sua seta. Ele deverá
chamar o árbitro e pode parar o relógio de xadrez (veja Artigo 6.12b). Poderá
reclamar baseado que o seu oponente não pode vencer por meios normais, e/ou que
seu oponente não está fazendo esforço para vencer por meios normais.
a. Se o
árbitro concordar que o oponente não está fazendo esforço para ganhar a
partida, por meios normais, ou que não é possível o oponente vencer por meios
normais, deverá declarar a partida empatada. Caso contrário deverá adiar sua
decisão ou rejeitar a reivindicação.
b. Se o
árbitro adia sua decisão, o oponente pode ser contemplado com dois minutos de
tempo extra e a partida deverá continuar se possível na presença do árbitro. O
árbitro deverá declarar o resultado final mais tarde na continuidade da partida
ou logo que possível após a queda de seta de um dos jogadores. Deverá declarar
a partida empatada se concordar que o oponente do jogador cuja seta tiver caído
não pode ganhar por meios normais, ou que ele não estava fazendo suficientes
tentativas para vencer o jogo por meios normais.
c. Se o
árbitro rejeitar a reclamação, o oponente deverá ser contemplado com dois
minutos de tempo extra.
Uma alteração muito importante foi feita no G5. Até
1 de julho de 2014 os protestos contra a decisão do árbitro não serão possíveis.
A partir de 1 de julho 2014 os recursos serão permitidas.
G.6
Quando a competição não for supervisionada por um árbitro aplica-se o seguinte:
a. O
jogador pode reclamar empate quando ele tiver menos de dois minutos em seu
relógio e antes que a sua seta caia. Isto termina a partida.
Pode
reclamar com base em:
(1) que
seu oponente não pode vencer por meios normais, e/ou
(2) que
seu oponente não fez esforço para vencer por meios normais.
Na
hipótese (1) o jogador deve anotar a posição final e o adversário verificá-la.
Na
hipótese (2) o jogador deve anotar a posição final em uma planilha atualizada.
O oponente deverá verificar tanto a posição final quanto a planilha.
b. A
reclamação deverá ser encaminhada a um árbitro Em linha com a alteração feita
no G5, os recursos são possíveis a partir de 1 julho de 2014.
Em linha com a alteração feita no G5, os recursos
são possíveis a partir de 1 julho de 2014.
O original tá no endereço abaixo:
http://www.chesscafe.com/geurt/geurt184.htm
O tradutor é Fábio da Rocha, Licenciado em Lingua
Portuguesa e Espanhola, e Pós-Graduando em Tradução em Lingua e Cultura
Espanhola.